O que é o futebol de robôs?

A ideia de se usar pequenos robôs para realizar partidas de futebol foi do Professor Jong-Kwan Kin, do Korean Advanced Institute of Science and Technology (KAIST) na República da Coréia (Coréia do Sul) em 1996. O objetivo é incentivar a realização de pesquisas na área de robótica autônoma multi-agente e permitir a implantação de sistemas experimentais de baixo custo no ambiente universitário.

Atualmente existem duas federações que regulamentam os campeonatos de futebol de robôs, uma coreana (FIRA - Federation of International Robot-soccer Association) e outra japonesa (RoboCup - Robot World Cup). As duas federações têm como principal objetivo fomentar as pesquisas em robótica visando aumentar o número de pesquisadores na área e as inovações tecnológicas empregadas nos times que participam dos campeonatos.

Em ambas federações o futebol de robôs é usado como um problema padronizado para o qual é necessário a convergência de uma série de atividades de pesquisa; o objetivo da FIRA e da RoboCup é incentivar o desenvolvimento de ferramentas de robótica, de visão computacional e de inteligência artificial. Nos torneios da FIRA e da RoboCup, juntamente com os jogos, as equipes apresentam trabalhos descrevendo suas propostas, permitindo dessa forma o intercâmbio de ideias e o desenvolvimento tecnológico.

Um jogo de futebol de robôs consiste em uma arena, dois times com três ou cinco robôs, um técnico, computador responsável por gerar as estratégias para cada jogador e uma câmera CCD situada acima do campo que é responsável por gerar as imagens que serão utilizadas pelo técnico para gerar novas estratégias para o time. A Figura 1 ilustra o esquema básico do futebol de robôs.

Figura 1. Esquema do Futebol de Robôs.

Um time de futebol de robôs consiste em uma coleção de robôs autônomos capazes de reconhecer o ambiente onde estão inseridos, no caso o campo de futebol e seus pontos de referência, e os objetos pertencentes a este ambiente, a bola, os outros veículos que compõem o time e os adversários. Estes dispositivos devem ainda ser capazes de representar o ambiente, estabelecer metas, planejar e executar ações para atingir tais metas. Em se tratando de um jogo de equipe, além do caráter autônomo, os jogadores de um time de futebol de robôs devem ser capazes de interagir com os outros jogadores do time para estabelecer objetivos coletivos, metas globais, planejar, alocar tarefas aos demais integrantes do time, sincronizar as ações de forma a imprimir ao time um perfil cooperativo.

A construção de um time de futebol de robôs envolve a integração de diversas tecnologias, como projeto de agentes autônomos, cooperação em sistemas multiagentes, estratégias de aquisição de conhecimento, sistemas de tempo real, sistemas distribuídos, reconhecimento de padrões, integração de sensores, aprendizado, robótica móvel, etc.